Este presente artigo é continuação do segundo, intitulado Minha Ida ao Egito XIII (clique aqui para conferi-lo).
Saindo do museu de Memphis, fomos até a necrópole de Saqqara, onde se localizam muitas das construções mais antigas do Egito. Esse seria o nosso último destino, já que na manhã do dia seguinte iríamos pegar o vôo de volta ao Brasil.
Ao chegarmos lá, em Saqqara, nos deparamos com o portal de entrada da necrópole. Foi fantástica a sensação de estarmos adentrando um espaço onde tantos pisaram, onde tanta história pôde acontecer. Segundo os egiptólogos, todas as construções piramidais teriam sido iniciadas ali.
Enquanto nos aproximávamos, fomos notando os detalhes da construção, com seu design único. Eram impressionantes os detalhes dos frisos, o alinhamento das rochas, a altura e as paredes do portal, que, pasme, de tão polidas, refletiam o ambiente ao seu redor!
Adentrando aquele espaço, fomos percebendo as grandes colunas que ali haviam. Eram cerca de quarenta colunas, sendo que vinte delas se localizam à esquerda e as outras vinte, à direita. Elas eram separadas por espaços reservados às estátuas das diversas divindades egípcias. Acreditava-se que, todos aqueles que por ali passassem, fossem abençoados por todos os deuses e que, justamente por isso, aquele espaço também seria abençoado por todos eles, igualmente.
Também nos foi dito que, independentemente do deus ao qual a pessoa fosse devota, ela haveria de estar pronta para estar em um ambiente que fosse ecumênico e que enfatizasse a pluralidade divina.
Após passarmos por todas as colunas, à direita, vemos a pirâmide de Djoser, a chamada Pirâmide Escalonada. É dito pelos estudiosos que ela fora a primeira pirâmide a ser construída no Egito. Seu formato fora planejado de modo a parecer que seus andares fossem tijolos grandiosos.
A pirâmide mede cerca de cento e dezoito metros de largura, sessenta metros de altura e cento e quarenta metros de comprimento. Sua construção era basicamente de blocos de calcário e sua técnica de construção era semelhante à do Adobe.
Seu arquiteto teria sido Imhotep e ela fora construída na Terceira Dinastia do Egito, cerca de 2.600 a.C. É dito que Imhotep foi considerado o primeiro arquiteto do mundo e, além de Saqqara, também teria realizado vários outros projetos em Dashur, como visto anteriormente e Gizé.
Atualmente, é possível entrar na pirâmide escalonada, porém, quando eu e Sr. Francisco fomos, ainda não era. Através de uma fenda criada em uma das faces da pirâmide, podemos ver a réplica do busto de Djoser, pois o original, se encontra no Museu do Cairo.
Ao olharmos para o outro lado, vemos a necrópole. Ali pudemos ver uma pirâmide que havia sucumbido às intempéries do tempo e acabou desmoronando sobre si mesma. Essa era a Pirâmide de Unas.
Neste ponto de nossa jornada, o guia nos explicou que iríamos adentrar a necrópole e que veríamos muitos hieróglifos nas paredes. Nos disse que Saqqara foi o início das pirâmides e necrópoles.
Descemos alguns níveis abaixo e começamos a ver as tumbas, totalmente preservadas e deslumbrantes. Realmente ver como aqueles hieróglifos ainda se encontravam em ótimo estado de conservação, era muito empolgante!
O guia nos explicou que todos aqueles hieróglifos foram criados para que os Reis, ou Imperadores, assim que chegassem em seu outro mundo, pudessem saber como agir, como caçar, se comportar, etc., lá no Pós-Vida.
Essa foi a foto do portal para o Pós-Vida, que o guia nos apontou, dizendo que, a partir dali, o julgamento do Rei (baseado na comparação do peso de seu coração, com o de uma pena), ocorreria.
Após visitarmos estes locais, o horário de término do expediente do templo estava findando e nós não tivemos mais tanto tempo de ficar ali, porém, já havia valido muito a visita e o aprendizado.
Voltamos para o hotel e nos despedimos dos guias (o motorista incluso) e começamos a nos organizar para realizar todo o pagamento referente aos serviços que nos foram prestados pelo hotel. Após isso, fomos deixar nossas malas prontas para que, às três horas da manhã do dia seguinte, já estivéssemos prontos para embarcar para o Brasil.
No dia seguinte, agradecemos aos irmãos, donos do hotel, por toda a recepção e atenção que nos dispensaram, chamamos um táxi para nos levar até o aeroporto do Cairo. Chegando lá, tivemos que passar por três revistas completas para conseguirmos prosseguir com a viagem.
Enquanto nós passávamos pelos processos de revistas e de aguardo do embarque, eu ficava observando as pessoas, seus costumes, etc. Uma das coisas é que pude perceber que as crianças, logo cedo, já sabem contar em inglês, bem como sabem pronunciar as letras no mesmo idioma. Isso é de se admirar!
Pouco tempo depois, nosso horário de embarque se deu e voltamos para as terras brasileiras! Obrigado pela companhia, Sr. Fran; obrigado pela experiência, Egito!
Bem, este é o final de uma longa maratona de artigos sobre a minha experiência, juntamente com a companhia do Professor Chiquinho, em meio de terras egípcias.
A intenção desta sequência de artigos não é fazer uma abordagem considerando os aspectos culturais, técnicos e arqueológicos da egiptologia, mas sim, levar ao leitor uma visão das minhas próprias experiências e observações obtidas em solo egípcio. Pretendo, porém, escrever um artigo mais primoroso no futuro, abordando as visões consolidadas (da ciência; da arqueologia; da egiptologia; do esoterismo e da espiritualidade), sobre o Egito.