Uma imagem: uma representação estática da realidade.
A realidade: um modelo dinâmico para basear a imagem.
Será que conseguimos enxergar, de fato, a verdade?
Ou ainda nos esforçamos para manter viva a miragem?
Como algo estático poderia representar algo dinâmico?
Como a nossa autoimagem poderia nos representar?
Como algo dinâmico poderia representar algo estático?
Como poderíamos, efetivamente, à imagem, nos adequar?
Admiramos a imagem de algum outro ser como nós mesmos.
Nos esforçamos arduamente para sermos e agirmos como ele.
Mas, será que entendemos nosso lugar em todo esse cosmos?
Não há nada grande lá fora que, aqui dentro, já não se revele.
Será que percebemos que criamos as nossas próprias ilusões?
Será que nos damos conta de que sofremos para mante-las?
Toda a manipulação se baseia em nossos apegos e emoções.
Todo o nosso trabalho se norteia pelo medo de perdê-las.
Quão difícil é desapegar da imagem para viver a realidade.
Por que será que o nosso reles ego se mostra tão vaidoso?
Queremos mudança, evolução, mas, mantemos a estaticidade.
Quando notaremos que o dinamismo da vida é o mais valioso?
Como mudar, se o apego à imagem estatística nos impede?
Como conquistar a plenitude, se dividimos o nosso ser?
Será que nossa alma se realiza no que o ego nos concede?
Será que somos nós mesmos, ou só o que buscamos parecer?
Que deixemos o apego à imagem. Que paremos de sofrer.
Que não mais sejamos as pinturas, mas sim, os pintores.
Que a distância entre pintor e pintura, possamos estabelecer.
Que possamos ser, de nós mesmos, os nossos professores.