Muitas vezes lemos, vemos em algum vídeo, ou ouvimos alguém falar sobre coisas gigantescas, algumas delas dantescas, em termos de medidas. Sabemos que hoje a informação nos é muito mais acessível do que outrora, porém, as nossas bases de raciocínio muitas vezes se estagnam, pois, a facilidade é tanta, que não precisamos pensar sobre a informação que acessamos.
Uma das coisas que pensei outro dia foi relacionada, justamente, com os números. Estava ouvindo falar sobre distâncias, sobre dimensões de algumas formações naturais, mas percebi que eu não estava me atentando devidamente às informações, até que comecei a raciocinar e comparar as medidas, os números, com coisas conhecidas. Só ali, pude perceber quão grandes eram alguns daqueles itens.
Pensando nisso, resolvi escrever este artigo para instigar as comparações, as noções reais sobre algumas coisas e suas dimensões, a fim de que possamos obter alguns novos parâmetros de comparação e desenvolvamos um senso maior de análise e comparação.
1. BURJ KHALIFA
Concluído em 2010, o Burj Khalifa localiza-se em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Possui 828 metros de altura! Ele foi projetado para ser o mais moderno de todos os arranha-céus. É altamente resistente aos ventos fortes e às extenuantes temperaturas da região. Ele foi planejado para ter uma estrutura piramidal e três alas centrais reforçadas, que lhe conferem a estabilidade necessária para chegar tão alto!
Para se ter uma noção de quanto ele é alto, muitas pessoas que chegaram até o seu topo dizem ser possível ver a curvatura da Terra de lá. Em termos comparativos, ele teria aproximadamente o comprimento de 8 campos de futebol!
2. mONTE EVEREST
Agora que já conhecemos o edifício mais alto do mundo, vamos falar sobre uma formação natural ainda mais alta do que ele, para ser mais preciso, 10 vezes mais... Sim, o monte Everest!
O monte Everest, assim batizado em 1865, pela Royal Geographical Society, faz parte de uma cordilheira dos Himalaias. Localiza-se entre o Nepal e o Tibete. Ele possui um pico situado a 8.848,46 metros acima do nível do mar. Sim, são quase 9 Km na vertical! Isso é quase impossível de imaginar.
Só para efeitos comparativos, se fôssemos realizar um trajeto de 9 km andando, levaríamos cerca de 2 horas e 15 minutos, a uma velocidade média de 4 km/h! Isso já nos faria despender bastante tempo, porém, imagine se o fizéssemos subindo, contra a gravidade, como seria no caso do Everest? Por isso é considerada uma grande vitória, até hoje, escalá-lo e chegar até o seu topo, pois, além do próprio trajeto ser longo, também é considerado mortal, pois as intempéries climáticas, bem como o próprio ar rarefeito, dificultam o progresso do alpinista, que muitas vezes, pode acabar desistindo.
3. MAUNA KEA
Agora que temos parâmetros comparativos das dimensões do Everest e que entendemos o quão grande ele é, vamos trazer uma formação natural, uma ilha, que pode ser considerada a mais alta do planeta: Mauna Kea.
Mauna Kea é uma ilha do Havaí. Para ser mais preciso, ela é um dos extintos vulcões em escudo (a lava que fluí acima dele escorre para todas as direções e vai sedimentando-se em volta do mesmo, fazendo-o parecer com um escudo, visto do plano superior).
Essa ilha possui 4.207 metros de altura! Mas, você deve estar se perguntando "por que ela seria maior que o Everest?" e, claro, seu argumento tem total sentido! O que acontece com essa ilha é que a sua base fica há 5.898 metros nas profundezas do Pacífico! Ou seja, da base dela, até o topo, nós temos surpreendentes 10.105 metros, ou 10,1 Km!
Imagine estar em um ambiente tão elevado onde se consiga ver perfeitamente o horizonte. Pois é, você sabia que, em perfeitas condições de visão, de ar e clima, o olho humano só conseguiria enxergar até 5 Km de distância, por conta da curvatura da Terra? Então, esses 5 km de distância até o horizonte, ainda seria a metade da extensão que possui o monte Mauna Kea!
4. Fossa das Marianas
Eu não sei você, mas, só de pensar em estar no Mauna Kea, entrando no mar e sabendo que ali abaixo teria mais de 5 Km de profundidade, já ficaria, no mínimo, hesitante. Porém, na Depressão Challenger, na Fossa das Marianas, próxima das Ilhas Marianas, foi encontrado o lugar mais profundo do oceano, com 10.924m de profundidade.
Isso é tão insano que poderíamos afundar a ilha de Mauna Kea por completo ali e ainda sobraria um pouco mais de 800 metros abaixo dela! Imagine quanta vida pode existir abaixo das águas oceânicas, com tanto espaço!
É sabido que conhecemos mais o espaço, que nossos próprios oceanos. Sendo assim, poderíamos dizer que ainda há chances de encontrarem lugares ainda mais profundos com o tempo, já que a tecnologia precisaria avançar o suficiente para conseguir vencer a pressão das águas em meio a profundidades tão grandes.
5. Planeta Terra
Se nos surpreendemos com as dimensões das coisas que existem em nosso planeta, imagine quanto espaço deve ter o próprio planeta, para conter tudo isso! Em termos de cálculos simples, a linha do Equador possui cerca de 40.000 km. Quando calculamos o seu diâmetro, chegamos ao valor de 12.742, com um raio de 6.371. Estamos considerando esses valores em um plano, porém a Terra, com seus oceanos e a própria atmosfera, possuem profundidade.
Na geometria plana, o eixo X é a largura e o eixo Y é a altura, mas, como vivemos em uma dimensão tridimensional, precisamos considerar o eixo Z, a profundidade. Quando falamos de profundidade, falamos de volume, uma propriedade da física e, ao mesmo tempo, da geometria espacial.
O volume da Terra, considerando suas três dimensões, possui, aproximadamente, 1.08*10²¹ Km³, ou 1.083.206.916.845,75 km³ (um quadrilhão, oitenta e três bilhões, duzentos e seis milhões, novecentos e dezesseis mil, oitocentos e quarenta e cinco e setenta e cinco quilômetros cúbicos). Só para que possamos ter uma simples noção: se fôssemos contar, ininterruptamente, de um-em-um, a cada segundo, até esgotarmos esse número, demoraríamos, aproximadamente, 34.825 anos! Com certeza, morreríamos contando e nem chegaríamos a contar a trigésima milésima parte dele!
6. A ROTAÇÃO DA TERRA
A rotação é o movimento realizado pela Terra em torno de si mesma. Este movimento é o responsável por nos dar a noção de tempo, pois, a partir dele, temos a percepção do dia e da noite.
Para nós, o dia inteiro dura 24 horas, porém, se eu te dissesse que a rotação da Terra tem uma velocidade aproximada de 1.674 km/h? Você acreditaria que, mesmo nesta velocidade, a Terra demora 24 horas para realizar uma volta completa em torno de si? Se formos analisar bem, a rotação da Terra é superior à velocidade do som, que limita-se a 1.225 km/h, dentro da atmosfera terrestre. Ela é superior a Mach 1.
Muitos, dos quais duvidam dessa aferição do movimento de rotação da Terra, alegam que o deslocamento da Terra é quase nulo no espaço, quando comparado com filmagens da NASA, ou ESA. Porém, o fato é que não percebemos o seu movimento por estarmos nos movendo com ele; ou seja, inércia (que também significa ausência de movimento), por isso, não o notamos. Quando estamos em um veículo, nosso referencial se encontra dentro dele, logo, as coisas do lado de fora é que se movem. Para que possamos perceber o real deslocamento do veículo, devemos estar do lado de fora, estáticos, observando-o movimentar-se.
No caso da astronomia, ainda podemos dizer que existe o fator da órbita gravitacional, que restringe o raio do movimento de um astro de menor massa, em relação a um outro de maior massa. Sendo assim, qualquer objeto nesse raio de ação, que venha a entrar em órbita, estará condicionado a esse mesmo movimento.