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Minha Ida Ao Egito VIII

Este presente artigo é continuação do segundo, intitulado Minha Ida ao Egito VII (clique aqui para conferi-lo). 

Quando saímos do restaurante nos dirigimos à região Copta. para quem não sabe, assim como eu também não sabia, Copta é uma região, um bairro, do Egito. No entanto, Copta é um termo oriundo do antigo Grego para referir-se aos cristãos ortodoxos que existiam no Egito.


Os Coptas habitam o bairro homônimo e não enfrentam quaisquer resistências religiosas, ou mesmo preconceitos por parte dos muçulmanos, que representam noventa por cento da população do país. 


A região é bastante semelhante a uma periferia, pois já foi alvo de disputas políticas e conflitos armados, que deixaram muitas de suas construções em ruínas. O povo local é muito tolerante em relação à religião, por mais que isso possa ser estranho de se dizer, quando comparamos com as notícias que nós, ocidentais, recebemos de lá.


Uma curiosidade muito interessante é que os muçulmanos podem frequentar a Copta naturalmente, sem qualquer problema, inclusive, podem entrar em algumas igrejas cristãs-ortodoxas, como é o caso desta, apelidada de "amparada pelos dedos de Deus".


Essa igreja ficou conhecida por esse nome devido ao fato de que a mesma sobreviveu a bombardeios que destruíram muitas construções ao seu redor. Não só por isso, o mais impressionante é que a sua estrutura de base fora completamente destruída e, mesmo assim, ela continuou de pé.



Os líderes religiosos mulçumanos e cristãos da região uniram-se para auxiliarem com recursos e mão-de-obra especializada, na manutenção do templo que, milagrosa e incontestavelmente, havia sido poupado da destruição, o que caracterizava-se como um sinal divino.


No pavilhão de entrada encontram-se vários dos símbolos religiosos cristãos, contando as histórias que conhecemos de algumas passagens bíblicas. Podemos ver várias semelhanças com os símbolos ocidentais.


Nas paredes internas podemos ver alguns reverendos e papas ortodoxos citados com louvor, devido a terem abraçado a causa de recuperarem a igreja e de fazerem-na permanecer até os dias atuais. 



Enquanto estivemos lá pudemos observar a diversos muçulmanos que ali entravam e sentavam, sem o menor problema e, inclusive o próprio guia, muçulmano, fazia questão de dizer que eles não possuem tais conflitos que são citados no ocidente, pois, como eu poderia ver, ambos, muçulmanos e cristãos, conviviam em plena harmonia e isso era um fato claramente observável.


Saindo de lá fomos visitar a uma outra igreja nas imediações e, de lá, não poderíamos tirar fotografias, porém, fiz alguns esforços para registrar o que veríamos a seguir.


Chegamos. Segundo o guia, naquela igreja, antes uma prisão, o santo católico São Jorge, enquanto vivo e ainda não-beatificado, obviamente, teria sido preso por sete anos em uma cela de três metros de comprimento, por dois de largura. Ali ele teria vivido os seus últimos anos de vida, tendo recebido alimento por um pequeno orifício na parede e tendo utilizado uma pequena vala para defecar e urinar.



Esse lugar era mesmo macabro e bastante pesado. Não sentimo-nos tão felizes em explorar aquela igreja e logo fomos à outra parada: a Igreja Grega Cristã.



Nesta igreja os muçulmanos não podem entrar, não sei se por uma questão de proibição da própria igreja, ou da religião muçulmana.


O ambiente era muito bem conservado e a sua estrutura totalmente circular nos dá uma maior sensação de amplitude e de completude. Como vemos nas fotos, muitos são os detalhes em que puseram a sua atenção, os gregos, para que a beleza desse templo pudesse se estabelecer com tamanha exuberância.


Após o Pavilhão Copta, fomos a uma região onde pudemos encontrar o local onde a Sagrada Família Bíblica, composta por Jesus, Maria e José, permaneceram por três meses, durante sua peregrinação pelo deserto, enquanto fugiam da perseguição de Herodes.


Passamos por várias vielas e ruas contendo vários livros e documentos históricos, que haviam sido traduzidos para várias línguas, alguns até mesmo para o português! Chegando lá vimos um totem, um mapa, que continha a rota feita pela Sagrada Família, até ali, subindo o Nilo, bem como a rota feita por Abraão.



Ao olharmos para a esquerda vimos uma entrada que dava para uma igreja, que, segundo o guia, fora construída logo acima do esconderijo que utilizaram em sua fuga. Recebemos a orientação de que não poderíamos filmar lá dentro, mas que seria possível fotografar.


Adentrando um pouco mais, passando pela assembleia onde ficam os bancos, encontramos um poço que estava identificado como "O poço pelo qual a Sagrada Família bebeu".



Ficamos, Sr. Francisco e eu, observando e comentando sobre aquela oportunidade de estarmos ali, há tantos quilômetros do Brasil, vendo coisas que remontam a imaginação, a história e a religião do homem. Ao olharmos para a direita vimos uma espécie de porão, que possuía uma placa sobre ele, dizendo: "Essa é a caverna onde a Sagrada Família se escondeu durante três meses".


Resolvemos descer e vimos que ali era mesmo um lugar bem único, pois tinha água corrente disponível, o que lhes dava a possibilidade de banharem-se ou mesmo de defecarem e urinarem, sem a necessidade de saírem de lá, garantindo o saneamento básico. Quando precisavam beber água, coletavam-na do poço fora da caverna e entravam novamente na mesma, evitando serem localizados pelos homens de Herodes.



Não sabemos se essas histórias são verdadeiras, mas são possíveis de serem, pois essas afirmações são encontradas em alguns registros feitos em rochas e existem certos livros que narram essa mesma passagem da família por aquelas terras, escondendo-se ali, naquela caverna.


Os Coptas possuem uma língua própria e foram encontrados, há algum tempo, alguns manuscritos muito antigos que continham muitas informações sobre Jesus. Uma das curiosidades que temos mais relevantes no contexto histórico-teológico é que o primeiro milagre de Jesus, teria sido a ressuscitação de um cadáver, ao levantar seu dedo indicador, quando apenas era uma criança e não a transubstanciação da água em vinho, nas bodas de Caná.


Bem, vou ficando por aqui! Espero que tenha gostado desse artigo abordando um assunto não tão comum sobre os Coptas, que tantos de nós não conhecemos.


Te vejo em nosso próximo artigo!! (Clique aqui para lê-lo)


A intenção desta sequência de artigos não é fazer uma abordagem considerando os aspectos culturais, técnicos e arqueológicos da egiptologia, mas sim, levar ao leitor uma visão das minhas próprias experiências e observações obtidas em solo egípcio. Pretendo, porém, escrever um artigo mais primoroso no futuro, abordando as visões consolidadas (da ciência; da arqueologia; da egiptologia; do esoterismo e da espiritualidade), sobre o Egito.

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