logo Projeto Transmutar
TODOS UM

Certa vez eu estava sobrevoando o oceano. Era um belo dia, o céu estava limpo e eu podia ver, lá embaixo, algumas baleias que emergiam das águas profundas para respirar. As gaivotas e os pássaros voavam em grupos e eu podia voar juntamente com eles.


A sensação de estar sobrevoando o céu, tão alto, bem como o oceano, tão profundo, me fazia sentir a alegria de viver e me sentir amplo, integrado a tudo aquilo. O Sol estava bem quente e brilhante, causando um brilho metálico na crista das ondas que se formavam, lá embaixo.


Tudo estava belo e pleno, porém, comecei a avistar algumas nuvens carregadas no horizonte, na rota em que me encontrava, sobrevoando o atlântico, isso causava uma certa preocupação.


Ao ir me aproximando, pude ver que as nuvens eram bem densas e que, talvez, eu não conseguisse atravessá-las de maneira segura. Foi então que pude visualizar uma ilha que, como numa aparição repentina, me serviria de abrigo.


Desci e, de imediato, a chuva começou a cair. Eram raios e trovões muito fortes e, com certeza, eu deveria aguardar o tempo que fosse necessário, para que toda aquela tempestade acabasse.


Comecei a refletir, enquanto ouvia a chuva torrencial cair, sobre as coisas tão belas da vida, sobre os momentos de beleza que pude presenciar enquanto me dirigia até aquele local. Percebi que até mesmo a chuva, os raios e o trovão estavam compondo um belo quadro do qual, eu, estava tendo o privilégio de presenciar.


Ao contemplar os animais que, assim como eu, se abrigavam da chuva, pensei no quanto somos semelhantes. Eles também observavam e aguardavam o show da natureza, a limpeza oriunda dos céus, que ocorria na terra. Em sua própria natureza, agiam com paciência, e aparentavam exercer a gratidão por tanto.


De repente, algo me veio à mente e percebi que o mesmo oceano que se encontrava ali, à minha frente, também banhava as terras das quais eu era oriundo. Pensei sobre a nossa conexão com tudo e todos. Os oceanos podem "aparentemente" separar terras, países e continentes, mas, no fundo, nas profundezas dele, as terras se encontram.


Esse insight me abriu os olhos para o entendimento de que estamos, todos, tão conectados pelas profundezas, que a ilusão de nossa separatividade se desfez, assim como as nuvens da tempestade que se dissiparam...

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.