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MINHA IDA AO EGITO IV
O Museu egípcio Ii - UM ANO E O CASAL MUMIFICADO

Este presente artigo é continuação do segundo, intitulado Minha Ida ao Egito III (clique aqui para conferi-lo). 


Prosseguindo em nossa exploração pelo museu egípcio, fomos observando as excursões e os diversos guias turísticos explicando os itens, ao mesmo tempo, em diversos idiomas.


O professor Chiquinho e eu tentávamos nos concentrar na voz de nosso guia, que estava esforçando-se para fazê-la sobressair-se, à dos outros guias, que falavam em inglês e francês, o que nos dificultava o entendimento.


Pouco antes de subirmos para a outra sessão, passamos por um monumento impressionante, produzido em uma espécie de mármore, do qual obtivemos algumas explicações sobre seu significado, parcial, mas ainda assim, muito legais. 


Haviam muitas inscrições em sua parte traseira e um ser humanoide, ligeiramente diferentes de um ser humano comum, com várias inscrições a seu lado.

Ao darmos a volta para observarmos a parte frontal, pudemos ver uma mulher ao centro, com suas mãos elevando um disco acima de sua cabeça, com seis pessoas deitadas ao seu lado direito e esquerdo.

A explicação de nosso guia foi que essa seria a representação do ano egípcio: eram seis meses (outono e inverno), de um lado e seis meses (primavera e verão), do outro, totalizando doze meses. Nosso guia explicou que, do início ao final do ano, os meses possuíam trinta dias, porém, teriam mais cinco dias no final do ano, dedicados à celebração do deus RÁ (AMON-RÁ), totalizando 365 dias.


Subindo para a segunda sessão, nos deparamos com um andar inteiramente preenchido com os itens encontrados em uma tumba de um casal que foi mumificado, a mando de seu faraó.


Como já havia sido explicado, na cultura egípcia antiga, os faraós possuíam suas próprias tumbas, bem como seus utensílios, objetos e recursos para que, quando morressem, pudessem dispor dos mesmos no pós-vida.

A novidade, para nós, veio ao sermos informados que os servos dos faraós, aqueles de maior lealdade, eram mumificados juntamente com o seu amo e ganhavam vários objetos, utensílios, alimentos e recursos do mesmo, para que pudessem continuar servindo-o no pós-vida. Essa era uma grande honra aos servos.


Aqui veremos as múmias Yuya e Tuya e os artefatos de suas tumbas. Segundo os historiadores e arqueólogos, Yuya era casado com Tuya e serviam ao faraó Amenófis III. O faraó era casado com a filha do casal, Tiye, que se tornou a sua Grande Esposa Real, a Rainha. O lado direito é inteiramente preenchido com os objetos de Yuya (pai de Tiye), já o lado esquerdo, com os objetos de Tuya (mãe de Tiye).


Segundo os egiptólogos, a múmia Yuya (do gênero masculino), foi a múmia mais alta encontrada até então, medindo seus quase 1,8m, que era quase 20cm mais alta que a estatura média de um egípcio da época. Parece pouco, mas é muito, considerando que essa altura, ainda hoje, está além da estatura da maioria das pessoas.


Os sarcófagos, predominantemente idealizados como tendo uma única camada, na verdade, possuem várias camadas, ou caixas, que são colocadas, umas, dentro das outras. Quanto maior a nobreza, mais camadas, ou sarcófagos, a múmia iria possuir. Esse é um conceito bem semelhante ao das Matrioskas, as famosas bonecas russas.


Ao visualizarmos as múmias, pudemos notar os detalhes das pontas dos dedos, dentes e até pelos e cabelos! Se olharmos a múmia de Tuya, perceberemos facilmente a quantidade de fios que possui, totalmente conservados. Não sabemos qual era a cor real do cabelo, mas aparentemente, são castanhos claros.


Carruagens, camas, cadeiras, recipientes e uma variedade de outros utensílios foram encontrados na tumba. Todo o aparato para o bem-servir os servos do faraó, no pós-vida, foram-lhes concedidos. Podemos ver até mesmo alguns recipientes onde se encontravam vinhos da mais alta qualidade, para Yuya.


Os jarros onde eram depositados os órgãos mumificados das múmias também estavam em exposição, bem como algumas coleções de jarros e até calçados, para Tuya!


Andando um pouco mais para frente, encontramos um grande papiro com as orientações a serem seguidas quando os servos acordassem “do outro lado”. Os egípcios acreditavam que toda essa narrativa de como o sujeito tivera falecido, como teria sido julgado e como deveria portar-se no pós-vida, era necessária pelo fato de que o mesmo perderia sua memória.


Desse conceito, surgiu o Livro dos Mortos, que continham considerações acerca de como se deve viver a vida (ou a nova vida, no caso), considerando seus mais diversos aspectos, desde o plano material, até o espiritual.


O Papiro é uma espécie de papel criado a partir das fibras de uma planta homônima encontrada em abundância na região. Só sobre o papiro e seu significado associado com as pirâmides, bem como seu modo de fazer, dariam um artigo à parte!

Por hoje é "só", porém, na semana que vem, aguardo você, pois iremos visitar uma das mais icônicas e belas alas do museu: A Tumba de Tutankamon (clique aqui para ler)!

A intenção desta sequência de artigos não é fazer uma abordagem considerando os aspectos culturais, técnicos e arqueológicos da egiptologia, mas sim, levar ao leitor uma visão das minhas próprias experiências e observações obtidas em solo egípcio. Pretendo, porém, escrever um artigo mais primoroso no futuro, abordando as visões consolidadas (da ciência; da arqueologia; da egiptologia; do esoterismo e da espiritualidade), sobre o Egito.

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